Matemática e inclusão: O potencial da Gameficação na Educação Infantil
movimento inverso, ou seja, passam a ser compreendidos como sujeitos
históricos e, portanto, a assumir um papel ativo na aprendizagem, posto que
têm suas experiências, saberes e opiniões valorizadas como ponto de partida
para construção do conhecimento (Diesel, Baldez, Martins, 2017, p. 271).
Contudo, a apropriação das metodologias ativas requer não apenas seu uso
prático, mas também o aprofundamento teórico sobre seus fundamentos, objetivos e
finalidades. Esses aspectos devem ser debatidos e compreendidos nas formações do
corpo docente. O uso de recursos e métodos sem o devido conhecimento compromete
sua eficácia, reduz a possibilidade de bons resultados e dificulta a elevação do nível
de proficiência dos estudantes.
É necessário saber aonde se quer chegar com uma atividade, qual é o seu
objetivo de aprendizagem, qual a necessidade do seu aluno e como ele
aprende o conteúdo. Usar metodologias ativas apenas por usar, sem
entender seu significado e proposta, pode levar o docente ao erro de aplicar
um método ativo que acabe sendo ineficaz dentro da sua proposta.
(Carotenuto; Pereira, 2020, p. 05)
Romper com os modelos tradicionais ainda tão presentes nas escolas, bem
como revisar a didática, os recursos, os materiais e a própria condução das
formações, representa um grande desafio e exige a superação da zona de conforto.
O trabalho pedagógico, por ser sistematizado, requer uma compreensão ampla de
seus processos, o que implica engajamento, comprometimento e proatividade. Para
que essa transformação ocorra de forma efetiva, é indispensável promover o diálogo,
a reflexão crítica e a valorização do trabalho docente.
Além dos desafios já mencionados, a efetivação da transformação educacional
esbarra em obstáculos ainda mais complexos. Um dos principais é a necessidade de
uma mudança profunda na cultura escolar, frequentemente enraizada em modelos
tradicionais de ensino. Embora esses modelos tenham sido eficazes em determinados
contextos históricos, muitas vezes se mostram insuficientes para acompanhar as
demandas e transformações da sociedade contemporânea.
A cultura escolar tradicional tende a valorizar a transmissão de conteúdos de
maneira unidirecional, com pouca interação e participação dos alunos. No entanto,
essa abordagem se mostra inadequada diante das exigências de um mundo cada vez
mais dinâmico, em que se faz necessário desenvolver habilidades como o
pensamento crítico, a resolução de problemas e a colaboração.
Outro ponto sensível diz respeito à formação continuada de professores para o
aperfeiçoamento das práticas inclusivas, especialmente aos estudantes do público-
alvo da Educação Especial.
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Revista InovaEduTech Ibiá - MG, v.1 n.2 p. 23-50, Jan/Dez – DOI 10.63103/k6g8b944 e-ISSN 3085-6558