Marketing Sensorial e Tecnologia Digital: Inovações na Experiência de Aprendizagem
de desafios, recompensas e rankings aumentou significativamente o engajamento em
comparação ao ensino tradicional. De forma semelhante, Ishaq e Alvi (2023), em
revisão de literatura, confirmaram que a gamificação personalizada contribui para
elevar níveis de motivação, participação e desempenho cognitivo. Esses resultados
reforçam o potencial dos estímulos sensoriais, especialmente os visuais e interativos,
na promoção de ambientes digitais mais dinâmicos e responsivos às necessidades
dos estudantes.
Além do aspecto da motivação, a literatura também aponta benefícios no bem-
estar dos alunos. Lai et al. (2015) identificaram que a utilização de elementos visuais
positivos em plataformas síncronas reduziu a fadiga digital e gerou uma sensação de
leveza durante as interações. Esse achado é particularmente relevante, visto que a
sobrecarga cognitiva e o cansaço visual são problemas recorrentes em ambientes de
ensino remoto, especialmente quando o tempo de exposição às telas é prolongado.
Assim, estratégias sensoriais adequadas podem contribuir não apenas para a
aprendizagem, mas também para o equilíbrio emocional e físico dos estudantes.
Entretanto, compreender a tecnologia apenas como ferramenta instrumental é
uma visão limitada. Vieira Pinto (2005, v. 2, p. 220) defende que “a tecnologia é a
forma de manifestação da capacidade criadora do homem, aplicada à transformação
do mundo”. Isso significa que, ao analisar o uso da tecnologia na educação, é
fundamental considerar seu caráter histórico, social e político. A aplicação do
marketing sensorial em plataformas digitais não pode ser reduzida à mera busca por
eficiência ou produtividade, mas deve ser entendida como prática culturalmente
situada, que impacta diretamente as formas de ensinar e aprender.
Essa perspectiva é reforçada por Paulo Freire, que alerta para o fato de a
tecnologia não ser neutra. Para o autor, toda criação humana deve estar submetida a
princípios éticos e pedagógicos. Como afirma: “A tecnologia, como qualquer outra
criação humana, deve estar submetida à ética. O que a faz boa ou má é a direção que
lhe damos” (Freire, 1996, p. 103). Assim, a adoção de estímulos sensoriais em
ambientes digitais educacionais precisa ser guiada pela intencionalidade pedagógica
e pela busca da humanização. Isso implica planejar estratégias que promovam
inclusão, cidadania e participação crítica, e não apenas reforçar mecanismos de
consumo ou de controle da atenção.
Apesar dos avanços observados, a literatura também chama atenção para os
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Revista InovaEduTech Ibiá - MG, v.1 n.2 p. 74-89, Jan/Dez – DOI 10.63103/gs7xz208 e-ISSN 3085-6558